A GENÉTICA

A linha genética utilizada hoje pelo APIÁRIO COSMOS é a variedade Naveiro da raça italiana (Apis mellifica ligustica).
Esta linha genética, que é a única raça pura que podemos encontrar na América do Sul, nasceu no início da década de 1940 por iniciativa do pioneiro don Jacinto Naveiro, originário de Buenos Aires, Argentina. Hoje em dia é a raça dominante na Pampa Húmeda, onde continua sendo melhorada e de onde segue para apiários de várias partes da Argentina e do mundo.( Hojas informativas, Los Alamos, 2003, sr. Ricardo Prieto, pg.09 ).
A variedade Naveiro foi selecionada e melhorada por don Jacinto até 1982 ano de sua morte. Hoje esse trabalho de melhoramento vem sendo realizado pelo sr. Ricardo Prieto e família do Criadero Apícola "Los Alamos", desde o ano de 1976.
   




CARACTERÍSTICAS


A variedade Naveiro possui como características, uma produtividade excelente, mansidão, resistência natural à cria pútrida. As rainhas são muito grandes e robustas, assim como também as abelhas. Possuem ótimo arranque primaveril e mantém ninhos muito populosos sem enxamear.
O APIÁRIO COSMOS utiliza como matrizes, rainhas da variedade Naveiro da raça italiana, fecundadas nas suas regiões de origem por zangões da sua mesma raça. São as nossas F0. A partir dessas matrizes F0 produzimos centenas de rainhas F1, utilizadas para o comércio em todo o território brasileiro. Seja qual for a região, clima e geografia, as abelhas produzidas por nossas rainhas F1, sempre mostram-se superiores às abelhas locais. Nossas rainhas F1, rainhas puras cruzam naturalmente em nossos apiários tanto com zangões italianos, produzidos propositalmente em grande número visando a saturação local, como com zangões africanos vindos dos enxames alojados na natureza. Este fato faz com que produzam a prole fêmea mestiça, o que graças ao vigor híbrido ou heterose as torna superiormente mais produtivas cerca de 20 a 25% que seus pais. A heterose, apesar de transformá-las em abelhas super produtivas, as impede de serem usadas como boas matrizes. Pois se assim for produzirão rainhas F2, incapazes de transmitir o vigor híbrido às suas filhas. Portanto para manter-se as mesmas qualidades positivas os enxames deverão sempre ser encabeçados por rainhas F1 produzidas e selecionadas para isso. Recomenda-se a substituição anual das rainhas ou no máximo bianual no caso de rainhas excepcionais. Como regra, rainhas F0 serão as melhores para reproduzir e rainhas F1 serão as melhores para produzir.
   
OS ZANGÕES


As rainhas F1 são as que produzem colonias mais produtivas, porém por produzirem filhas mestiças(F2) não servem como reprodutoras. Apesar disso por uma particularidade da genética apícola produzem zangões puros da variedade Naveiro. Esses zangões, ao contrário dos zangões africanos que são a calamidade da apicultura brasileira, melhoram extraordinariamente a genética local, principalmente se forem produzidos em grandes quantidades causando saturação local.
Estimular a produção de zangões é fácil. Basta escolher um enxame populoso que tenha uma rainha F1 e numa das laterais do ninho de crias introduzir um quadro com apenas uma tirinha de cera alveolada. As abelhas construirão alvéolos de zangões onde a rainha logo fará postura. Quando as larvas de zangões estiverem operculadas convém introduzir o favo em um núcleo menor com rainha e bastante mel, evitando assim congestionamento do enxame populoso. Fica assim esse enxame livre para receber outro favo para criação de zangões, assim ininterruptamente durante toda a época propícia.

 
O TRANSPORTE E A AQUISIÇÃO


As rainhas italianas variedade Naveiro, produzidas pelo APIÁRIO COSMOS podem ser retiradas no local de criação em São Paulo, ou enviadas à qualquer parte do Brasil através do serviço SEDEX dos CORREIOS. O transporte ocorre sem maiores dificuldades. Os pedidos podem ser feitos por telefone, e-mail ou correspondência. Se a introdução não for feita logo após o recebimento, as rainhas alojadas nas suas respectivas gaiolas "Benton" podem ser mantidas durante alguns dias nestas condições, desde que protegidas do frio e das formigas.
   

A INTRODUÇÃO


Saber introduzir rainhas com sucesso é uma das principais tarefas do apicultor que pretende tornar-se um profissional apícola. Rainhas estranhas não são aceitas de boa vontade por parte das abelhas de um enxame.
Toda vez que a rainha de um enxame se ausenta por morte acidental, vontade do apicultor ou apenas porque foi transferida para outro local, as operárias assim que percebem essa ausência, iniciam rapidamente a puxada de realeiras. Utilizam para tanto, larvas de operárias que não tenham ultrapassado os 03 dias de idade. Bem, o último ovo que a rainha colocou antes de ausentar-se do ninho, será após passado uma semana uma larva de 04 dias de idade. A partir de então o enxame não poderá puxar novas realeiras, e se tiver as realeiras puxadas até então destruídas, estará pronto para aceitar uma nova rainha sem maiores dificuldades.
Enquanto as abelhas puderem puxar realeiras, qualquer rainha estranha poderá ser rejeitada. Para a segurança da rainha introduzida o ideal é que se aguardem 07 dias para só então permitir a sua liberação pelas abelhas, após a destruição das realeiras puxadas. Isso não impede que a nova rainha seja introduzida neste enxame dentro de sua gaiola, com as saídas bem fechadas, antes do sétimo dia. Neste caso estará protegida da fúria das abelhas pela gaiola e terá oportunidade de ter o seu cheiro misturado ao das abelhas do enxame, o que será de grande importância.
No ato da substituição da rainha indesejável, a gaiola de introdução com a rainha Italiana poderá ser colocada cravada, com a tela para baixo, na parte superior de dois favos de crias onde antes se fez um amassado com o formão para que fique presa. Neste momento as duas saídas deverão estar bem fechadas evitando a libertação da rainha. No caso de haver-se formado um núcleo órfão, o procedimento será o mesmo.
Após passados os 07 dias, preferencialmente no oitavo dia, uma revisão detalhada será feita à procura de realeiras que quando encontradas deverão ser destruídas. Somente então a rolha que protege o compartimento de pasta candy poderá ser retirada, sendo a rainha libertada pelas abelhas em 1 ou 2 dias, prazo suficiente para que as abelhas, impedidas de puxar novas realeiras, percebam a necessidade de aceitar a nova rainha. Não havendo florada o enxame deverá ser alimentado com xarope de água e açúcar a 50%.

   


NOVAS REVISÕES


Após preferencialmente 10 dias, o enxame poderá ser aberto para confirmação de postura da rainha, esta revisão deverá ser rápida, evitando-se pilhagem e agressividade, com o único intuito de confirmar a presença de ovos e larvas.
Se durante a primeira revisão tudo correu bem, 20 dias depois dela abelhas italianas já estarão nascendo. Isto permitirá que, neste momento, nova revisão seja realizada com pouco mais de calma, sem maiores riscos para a rainha que apesar de estar num enxame de abelhas africanas, estará protegida por suas próprias filhas.
As próximas revisões serão realizadas de acordo com a rotina do apicultor. Sempre ressaltando a importância do controle da pilhagem e da necessidade de alimentação artificial na ausência de floradas.
Se por algum motivo alheio ao desejo do apicultor, uma destas rainhas vier a perecer, precisará ser substituída por outra rainha selecionada o mais rapidamente possível, para se manter a qualidade obtidas do melhoramento genético.
   

SELEÇÃO E MELHORAMENTO

Em qualquer ramo da agropecuária, a seleção dos melhores indivíduos visando o melhoramento genético, é fundamental.
Na apicultura brasileira, este melhoramento precisa ser feito com a introdução de genes puros obtidos fora do território nacional, tendo em vista que a população de abelhas melíficas no Brasil hoje é em grande parte híbrida, mestiça, africana. Erroneamente alguns centros de pesquisa apícola no Brasil recomendam a seleção por parte do apicultor dos seus melhores enxames para matrizes reprodutivas. Qualquer apicultor que por ventura tenha se aventurado a tal experiência, sabe o fracasso a que isso leva. Nunca pode haver melhoramento genético a partir de híbridos. O híbrido é incapaz de transmitir as suas características para os seus descendentes.
Para a produção, os híbridos quando produzidos a partir das melhores matrizes são ideais. Para o melhoramento genético só servem as raças puras selecionadas. Isso deveria ser conhecimento básico de genética.
Pior ainda é recomendar a aquisição de enxames coletados na natureza, mantendo este material genético. Enquanto produtores de leite e de soja, entre outros, escolhem os melhores 'genes' para desenvolver suas atividades, inconcebivelmente os apicultores brasileiros são induzidos a trabalhar com material totalmente desconhecido e da pior qualidade.
O APIÁRIO COSMOS possui hoje rainhas produzidas através de um rigoroso padrão de seleção. Este é o único caminho para alavancar a nossa apicultura e transformá-la em verdadeira fonte de divisas para o produtor rural.